Publicado por Redação em Previdência Corporate - 10/08/2016
Alagoanos apostam em previdência privada para evitar surpresas na aposentadoria
Gazetaweb ouviu especialistas na área e mostra principais modelos adotados no Brasil
No momento em que o país discute mudanças nas regras da previdência social, a previdência complementar surge como uma alternativa para quem busca segurança no fim da vida profissional.
Sem vinculação com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), elas são garantidas por instituições privadas.
A Gazetaweb conversou com especialistas, que falaram da importância de se ter uma renda extra.
Atualmente, no Brasil, o homem se aposenta aos 65 anos e a mulher aos 60 anos. No entanto, com a proposta da reforma previdenciária, as idades passariam para 70 e 65 respectivamente. As mudanças se darão devido ao aumento na perspectiva de vida do brasileiro, que aumenta a cada ano.
Como a previdência privada, o valor pago na contribuição ao INSS varia e o valor a ser recebido também. A grande diferença entre o plano de aposentadoria do governo federal e o das instituições privadas é que o valor máximo que pode ser recebido por um contribuinte do INSS é de R$ 5 mil.
Com o teto estipulado pelo governo federal, muitas pessoas correram atrás das previdências privadas para complementar a aposentadoria.
De acordo com o especialista em Direito Tributário e blogueiro da Gazetaweb, Marcelo Lima, a previdência privada é um investimento que tem bons rendimentos no longo prazo. Nela é possível escolher o valor da contribuição e a periodicidade em que ela será feita. Segundo ele, é possível contribuir com valores a partir de R$ 70. Porém, o valor que será recebido, será proporcional ao que se contribuiu.
"Quanto maior o valor da contribuição, melhor. Não há idade mínima, nem necessidade de comprovação de renda. Todos podem iniciar um plano", explicou.
Diversas instituições financeiras disponibilizam opções de previdências privadas que se adequam à realidade de quem pretender contratar, dentro de dois tipos. São eles:
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL):
indicado para pessoas com renda mais alta, onde o valor pago pode ser abatido no Imposto de Renda (desde que esse valor represente até 12% da renda bruta anual). Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto pago é referente ao total que havia no fundo. Por exemplo, se esse valor fosse de R$ 100 mil, o imposto seria cobrado sobre ele.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL):
esse plano é indicado para pessoas que têm renda menor e que, por isso, declaram o imposto nos formulários simplificados ou nem declaram. A diferença para o anterior é que ele não pode ser abatido no Imposto de Renda. Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto cobrado é referente ao que o dinheiro investido rendeu. Por exemplo, se a quantia que há é de R$ 100 mil, e teve um rendimento de R$ 50 mil, o imposto cobrado será referente a este último valor.
Nos planos de previdência privada, é possível escolher se a renda recebida será por um determinado período ou se ela será vitalícia. Quem faz o plano também pode determinar que os filhos e a mulher continuem recebendo a renda se ele morrer.
Quando uma pessoa inicia um PGBL ou VGBL, pode atrelar a seu plano um pecúlio por morte ou invalidez. Essas opções funcionam como um seguro. No primeiro caso, quando a pessoa que paga morre, o dinheiro acumulado é dado à família. No segundo caso, se a pessoa que paga perde suas condições de trabalho, o dinheiro é entregue a ela mesma.
O universitário Igor Santana, de 22 anos, decidiu iniciar um plano de previdência complementar aos 20 anos e que pretende resgatar o valor integral aos 50 anos, quando já deverá ter lhe rendido aproximadamente R$ 1 milhão.
"Certamente é um investimento a longo prazo, onde no futuro poderei usufruir. Não sei como estará minha vida daqui há 30 anos e com esta renda complementar, poderei me manter por muito tempo, sem me preocupar. Vale muito a pena", disse.
A economista Luciana Caetano diz que, antes de optar pelo plano de privado, é necessário pensar qual o impacto dele no atual momento, sem comprometer a renda mensal, e avaliar outras opções de investimento.
"Jovem, que ainda é dependente dos pais, onde ainda não há muitas responsabilidades a se cumprir, não precisa parar para pensar em uma renda complementar para a aposentadoria. Ele pode começar a pesquisar e avaliar se existem outras formas de investimentos que possam ser feitas agora, como negócios, atividades, serviços, entre outras coisas", explicou.Luciana citou o exemplo de uma amiga que optou por investir na área de construção civil, onde, além de obter uma renda extra no presente, garantiu que sua renda perdure por muitos anos.
"Ela assumiu o risco de não optar por ter uma previdência, mas sim por obter investimentos de retorno quase que imediato e assim manter seu atual padrão de vida", exemplificou.
Já o economista Cícero Péricles afirmou que a idade ideal para iniciar um plano previdenciário é entre os 25 e 30 anos. Ele também ressaltou a importância dos pais em realizarem esse investimento para os filhos.
"Quanto antes, melhor, porque mais cedo o contribuinte poderá receber esse dinheiro investido. Se um pai tem condições de realizar esse investimento, que faça para o filho, porque aos 30 ou 40 anos ele poderá ter uma renda extra", explicou.
Fonte: Gazeta Web