Publicado por Redação em Notícias Gerais - 19/09/2011
Ações de Vale e Petrobras evitam queda maior da Bovespa
A Bolsa de Valores brasileira teve um dia relativamente mais "calmo" em relação as suas contrapartes estrangeiras. Enquanto o índice de ações local Ibovespa cedeu apenas 0,19% no encerramento dos negócios de hoje, as demais Bolsas tiveram desempenho muito pior.
O dólar comercial foi o destaque do dia: com forte alta de 2,7%, a taxa de câmbio doméstica atingiu R$ 1,780, a maior cotação em mais de 14 meses.
Na Europa, epicentro da crise atual, as principais Bolsas encerraram os negócios com perdas entre 2% (Londres) e 3% (Paris). Nos EUA, a influente Bolsa de Nova York recuou 0,94%.
"Nós vimos muitas ações de setores que já haviam 'sofrido' bastante tendo uma boa recuperação, principalmente de empresas que apuram receitas em dólar, como as exportadoras, a exemplo da Embraer [alta de 1,6%] ou da Fibria [avanço de 3,33%]", comenta Luiz Gustavo Pereira, da equipe de análise da Um Investimentos.
Mas foram as ações da mineradora Vale as principais "âncoras" da Bolsa brasileira, mostrando valorização de 1,34%, no caso da preferencial, e 1,36%, no caso das ordinárias. Esses dois papéis movimentaram quase R$ 1,5 bilhão dos R$ 10,20 bilhões registrados hoje.
Esse volume bastante acima da média reflete os mais de R$ 4 bilhões somente por conta do vencimento de opções sobre ações deste mês.
Opções são contratos em que as partes negociam direitos de compra ou de venda de um ativo (no caso, as ações negociadas na Bovespa), e que devem ser exercidos (ou não), com prazo de validade (a data mensal de vencimento).
E neste mês, as opções de compra das ações preferenciais da Vale foram os papéis mais negociados: a mais exercida foi a opção de compra da ação preferencial por R$ 39,07, que movimentou R$ 583 milhões. Hoje, esse papel foi negociado por R$ 43,58 no pregão da Bolsa.
A ação preferencial da Petrobras também teve um giro importante: R$ 415 milhões, sendo negociada por R$ 20,76 --um valorização de 0,6%.
EUROPA
A crise europeia ainda é a grande preocupação de investidores e analistas, tendo a Grécia por foco. Às voltas com uma severa crise financeira, o país mediterrâneo é visto como um dos mais sérios candidatos a anunciar um 'default' (suspensão de pagamentos) no curto prazo, o que poderia provocar vários problemas para o sistema financeiro europeu.
Hoje, o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, declarou que seu país deve ser obrigado a tomar 'decisões de caráter histórico', e ressaltou os desafios para cumprir as metas orçamentárias e fiscais para este ano e 2012.
O representante permanente do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Atenas, Bob Traa, disse por sua vez que a recessão seguirá afetando a Grécia durante 2012, pelo quarto ano consecutivo, mas a um ritmo mais lento, e a recuperação virá apenas em 2013.
No fim de semana, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, cancelou uma visita planejada aos Estados Unidos para tratar do aprofundamento da crise no país, dias antes de inspetores internacionais chegarem para averiguar as contas gregas.
Mas esforços das principais lideranças políticas da Europa em garantir apoio à nação grega, mantendo o país na zona do euro, não tranquilizam os mercados.
Muitos economistas veem com temor a deterioração dos indicadores econômicos e das contas públicas da nação que poderia se tornar a protagonista de um novo momento "Lehman Brothers" (banco americano cuja quebra detonou a pior fase da crise de 2008), na ótica dos mais pessimistas.
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 19.09.11