Publicado por Redação em Mercado - 28/12/2023
A equidade de gênero no ambiente corporativo ainda é uma meta e temos um longo caminho a percorrer
Sabemos que o mundo é colaborativo. homens e mulheres podem e formam uma linda parceria, portanto, medir o potencial de alguém em qualquer área da vida com base em gênero é uma grande falácia
Heloísa Capelas é reconhecida como uma das mais brilhantes especialistas em Autoconhecimento e Inteligência Emocional do país
A questão das desigualdades de gêneros nos ambientes de trabalho é algo sobre o qual temos debatido como sociedade, em especial entre homens e mulheres, e há outras minorias também. Hoje quero colocar no centro da discussão o papel do autoconhecimento – e da inteligência emocional, que é parte intrínseca deste –; pois o fato é que quanto mais o ser humano desenvolve sua autopercepção, mais será capaz de sedimentar oportunidades iguais a todos sem distinção de gênero.
Todos os preconceitos nos separam; é como estarmos com uma viseira mental com danos sociais grandes. É como olhar pela fechadura de uma porta e ver apenas um pedaço da realidade; restrita, sendo que poderíamos ver aquele ambiente inteiro. O preconceito é isso; reduzir as pessoas e seus potenciais a uma ótica de gênero apenas; como se isso as fizesse melhores ou piores umas das outras.
Sabemos que o mundo é colaborativo. homens e mulheres podem e formam uma linda parceria, portanto, medir o potencial de alguém em qualquer área da vida com base em gênero é uma grande falácia. Na realidade somos diferentes e complementares. As construções neurológicas das mulheres são diferentes das dos homens e isso é muito positivo para unirmos, cada qual de acordo com a sua fisiologia, nossas potencialidades. O que definitivamente não cabe mais é uma concorrência antiga e ultrapassada. A resistência é um paradigma velho passível de ser superado com o autoconhecimento.
O que carregamos de preconceito hoje é ultrapassado. É aquilo que ainda “arrastamos” de gerações anteriores, por exemplo, que determinaram que aos 50 ou 60 anos a pessoa estava velha, preparando-se para a aposentadoria. Será que você se sente assim? Muitas vezes, a própria mulher vivencia essas crenças. Vamos pensar que ainda é algo muito novo termos pessoas com 50+ no mercado de trabalho, ativas, em nossa sociedade – e independente de gênero. Esse é um contexto que nos convida também a um novo olhar sobre capacidades, performances e resultados – temos jovens que não estão usando o seu potencial e temos 50+ que estão no auge da sua competência. A inovação traz o frescor daquilo que não cabe mais à sociedade, portanto, sim, todos podem se reinventar na vida e no trabalho, ter capacidade de ser produtivo e trazer resultados de altíssima performance.
Já parou para refletir que o que vivemos hoje é resultado de escolhas velhas? Os nossos livros de história dão respostas a perguntas antigas e agora a vida nos convida a uma grande oportunidade de mudança. É com essa abertura que necessitamos olhar para as pessoas, independente de idade, de gênero e cor. Essa é a verdadeira evolução e revolução que precisamos promover e estamos neste momento! Tudo começa com a insatisfação e com o diálogo para chegarmos em um novo lugar – sendo que a primeira conversa é conosco mesmo.
Diante de todas as dificuldades e problemas que, sim, existirão em nossas vidas, necessitamos nos perguntar: “Muito bem, o que eu faço com isso?”. Se não trouxermos primeiro esse auto olhar, não visualizaremos a capacidade de melhor lidarmos com o que nos acontece, nem de promover as mudanças. Estaremos sempre com os questionamentos e esperando que as soluções se realizem pelos “outros”.
O autoconhecimento nos faz mergulhar para dentro de nós, trazendo consciência e caminhos para reciclarmos nossos comportamentos, em especial os “empoeirados”. E a inteligência emocional é fundamental, é ela quem agrega, nos conecta, que imagina e cria o mundo de amanhã. E todos queremos um mundo pacífico. Porém, num cenário de preconceitos e respostas velhas para problemas novos, isso não acontecerá.
Inovar é a resposta! Não a temos exatamente ainda, justamente porque precisamos encontrá-la e quem faz isso, principalmente, é quem está vivendo o problema e passa a obter maior consciência dessa necessidade. Há quem já esteja nesse movimento – seja os 50+, as mulheres e cada um de nós que desperta para esse movimento –; todos temos a responsabilidade por construir novas possibilidades para vivermos esse mundo de agregação. Portanto, um mundo mais evoluído!
Fonte: Redação Mundo RH