Publicado por Redação em Previdência Corporate - 31/07/2015

Previdência privada ou fundos? O que é melhor para poupar no longo prazo

Seja qual fora escolha, o acompanhamento do gestor do seu fundo de investimento é muito importante

É muito comum ter essa dúvida quando o portfólio de investimentos está crescendo: onde será que é melhor concentrar mais dinheiro, em previdência privada ou fundos de investimento?

Para aprofundarmos nestes detalhes, é importante entender o que são estes dois produtos para, aí sim, chegarmos no nível que importa para decidir entre um ou outro.

Fundos e Previdência

A previdência privada, pela legislação, deve aplicar em fundos de investimento exclusivos e por isso estes produtos mantêm certas características semelhantes. Um fundo de investimento é um tipo de aplicação financeira que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas) visando um determinado objetivo ou retorno esperado.

O patrimônio de um fundo de investimento é a soma de todos os recursos aplicados por seus diferentes investidores. Cada investidor (cotista) possui um número de cotas proporcional ao valor total de seus investimentos. Assim, quanto maior for o valor investido, mais cotas terá o investidor.

A administração e a gestão do fundo são realizadas por especialistas contratados. Os administradores tratam dos aspectos jurídicos e legais do fundo enquanto os gestores, da estratégia de montagem da carteira de ativos do fundo. Para fazer este trabalho, existem taxas pagas pelos cotistas, como a taxa de administração e a taxa de performance.

No final das contas, você está deixando seu dinheiro nas mãos de especialistas (e pagando por isso) que irão tomar decisões de investimento por você e, teoricamente, tendo acesso a mais opções já que concentram uma quantia maior de dinheiro do que você teria sozinho.

Previdência Privada

Entendidas as características básicas, agora sim podemos entrar nos detalhes.

A previdência privada foi criada com o objetivo de ser uma complementação para a aposentadoria e, por isso, tem vantagens como investimento de longo prazo.

A primeira grande vantagem é tributária, se o longo prazo for respeitado: a previdência não tem come-cotas (imposto antecipado pago a cada seis meses em forma de cotas em fundos abertos e classificados tributariamente como “renda fixa”).

Além disso, o investidor pode escolher entre a tabela progressiva ou regressiva de imposto. Dependendo do seu caso (que vai depender da escolha da tabela e valor das retiradas), pode até haver isenção de imposto de renda nos resgates.

Redução do imposto de renda

Para quem declara o imposto anualmente pelo modelo completo, ainda tem a vantagem do diferimento de imposto fazendo um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e investindo até 12% da sua renda bruta anual tributável. Este valor será abatido do total de renda tributável, porém na hora do resgate, o cálculo de imposto será feito sobre o todo o patrimônio no PGBL.

A segunda grande vantagem é sucessória: os herdeiros receberão o valor em previdência sem a necessidade de inventário.

Existem algumas facilidades nos procedimentos operacionais que também contam a favor da previdência, como aportes mensais automáticos (facilitando a disciplina de guardar dinheiro para a aposentadoria) e portabilidade para outras previdências dentro de uma mesma instituição (portabilidade interna) ou para outras instituições (portabilidade externa) caso queira mudar de estratégia (algumas previdências cobram taxa de saída para isso).

Atenção à taxa de administração

Dentre as desvantagens, podemos destacar que a previdência privada normalmente tem taxas de administração elevadas (por isso é preciso pesquisar bem antes de investir) e algumas também cobram uma taxa de entrada, a chamada taxa de carregamento, diminuindo o total que efetivamente vai para o investimento.

Mais uma desvantagem está na liquidez. O dinheiro só pode ser movimentado a cada 60 dias.

Fundos

Os fundos não têm as mesmas vantagens tributárias e sucessórias das previdências privadas. Porém, se apresentam em quantidade bem maior para a escolha do “freguês”.

Existem fundos de todos os tipos: renda fixa, variável, multimercado, cambial, investimento no exterior etc.

Também apresentam mais opções em relação à liquidez. Existem fundos que você pode pedir resgate no mesmo dia e outros onde o dinheiro pode demorar alguns meses para cair na conta após o pedido de resgate.

Por existir quase que uma infinidade de fundos, o investidor tem maior flexibilidade de escolha para montar uma estratégia diversificada entre Risco x Retorno x Liquidez.

A maior concorrência também reduz as taxas de administração existentes, permitindo ao investidor encontrar fundos de ótimos gestores com taxa de administração baixa.

Um ou outro?

As vantagens tributárias e sucessórias acabam beneficiando a escolha pela previdência para planos de longo prazo, como é o caso da aposentadoria. Por esse motivo, aumenta a necessidade de pesquisar um bom plano de previdência, que apresente resultados consistentes de acordo com a estratégia escolhida, tendo a consciência sobre as taxas que estão sendo cobradas e como elas impactam na rentabilidade total.

Mesmo sendo um plano de longo prazo, acompanhamentos periódicos também devem ser feitos para analisar a necessidade de portabilidade (interna ou externa).

Para planos que necessitem de uma flexibilidade maior na disponibilidade dos recursos ou para investidores que queiram maior diversificação entre diferentes gestores, os fundos de investimento são os ideais.

Um bom “mix” entre fundos e previdência pode ser feito para adequar a estratégia de acordo com os objetivos futuros.

Independente de previdência ou fundos, entenda que é o seu dinheiro que você está colocando na mão de um gestor para tomar decisões por você e pagando por isso. O acompanhamento da capacidade do gestor em atender às suas expectativas deve ser constante.

Janser Pinheiro Rojo, CFP® é Planejador Financeiro Pessoal, possui a Certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). E-mail:janser@qifinanceiro.com.br. As informações refletem as opiniões do autor, e não do Arena do Pavini ou do IBCPF. O site e o IBCPF não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Fonte: Yahoo! Finanças


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