Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 15/04/2015

OMS alerta que consumo de açúcar deve ser reduzido pela metade

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), consumo de açúcar não deve ultrapassar 10% das calorias ingeridas diariamente.

Consumo de açúcar
 
Usado para deixar tudo mais doce, o açúcar sempre foi considerado uns dos vilões da saúde, responsável pelo ganho de peso, da diabetes ou de outras doenças graves. No entanto, atualmente o tema vem dividindo opiniões quando o assunto é dieta saudável.
 
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma nova recomendação para o consumo de açúcar, que não deve ultrapassar 10% das calorias ingeridas diariamente.
 
De acordo com o novo guia da OMS, os efeitos positivos podem se intensificar se o consumo for reduzido ainda mais, chegando a 5% das calorias ingeridas (cerca de seis colheres de chá ou de 25g de açúcar por dia).
 
A indicação da OMS envolve açúcares simples como glicose e frutose, bem como o açúcar de mesa e os adicionados aos alimentos por fabricantes ou cozinheiros. “Isso também vale para os açúcares que estão presentes naturalmente no mel, xaropes, sucos e concentrados de frutas”, complementa a nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Feevale, Claudia Denicol Winter.
 
Em contrapartida, nutricionistas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), criadora da campanha Doce Equilíbrio, defendem que primeiramente é preciso conhecer suas propriedades e, principalmente, os benefícios que o açúcar traz ao organismo. “Alguns especialistas acreditam que ‘vilanizar’ um alimento nunca deve ser o caminho. O ideal é orientar os pacientes para um estilo de vida saudável e equilibrado, que abranja todos os grupos alimentícios e foque na quantidade e qualidade dos produtos consumidos”, explica a nutricionista Marcia Daskal, porta-voz da Campanha Doce Equilíbrio.
 
Além de ser importante fonte de energia, contém substâncias que estimulam o cérebro a produzir serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e prazer.
 
Segundo os especialistas da campanha, o açúcar pode fazer parte de uma dieta saudável se consumido de maneira equilibrada, dentro das necessidades calóricas diárias.
 
“Na prática, restrições têm um efeito limitado, não duradouro. E que incluir alimentos familiares à rotina do cliente aumenta a aderência e melhora os resultados”, enfatiza Marcia.

Obesidade e outras doenças

Conforme a nutricionista Claudia Winter, 40% das mortes em decorrência de Doenças Não Transmissíveis (DNT) como diabetes e hipertensão, ocorrem de forma prematura, em pessoas com menos de 70 anos. Além disso, mais da metade destas mortes ocorre em pessoas de baixa e média renda, que não possuem uma alimentação adequada e, na maioria das vezes, não praticam exercícios.
 
“As DNTs também estão associadas a má qualidade da dieta e da obesidade, desta forma vários estudos apontam que açúcares simples aumentam a densidade calórica, o que gera aumento do peso corporal”, explica.“Uma grande preocupação e que contribui para o aumento de peso é a ingestão de bebidas açucaradas”, complementa. Segundo o nutricionista, reduzir o consumo de açúcar vai contribuir para melhora da saúde e melhor aproveitamento e ingestão de nutrientes, uma vez que haverá uma escolha por alimentos mais saudáveis.
 
“Alguns estudos mostram que é evidente a associação entre a redução de consumo de açúcar com a redução de peso corporal e outros estudos mostram que após um ano de acompanhamento, crianças com maior ingestão de bebidas açucaradas apresentam maior probabilidade de aumento de peso”, enfatiza Claudia. Além disso, pacientes com diabetes não devem consumir açúcares simples, que contenham sacarose como açúcar branco, mascavo, mel e melado. “A diabetes é multifatorial, mas uma alimentação desequilibrada, com um consumo excessivo de alimentos que contenham açúcar, pode contribuir para o aparecimento de diabetes tipo 2”, ressalta Claudia.

Mais açúcar, mais cáries

De acordo com o relatório da OMS, uma análise feita com crianças sugere uma associação positiva entre o nível de ingestão de açúcares livres e a ocorrência de cáries dentárias.
 
Conforme o estudo, as taxas mais altas de cáries ocorreram quando o consumo de açúcares foi superior a 10% da ingestão calórica total. Além disso, em três estudos populacionais foi observada uma menor ocorrência de cáries quando a ingestão per capita era inferior a dez quilos de açúcar por pessoa/ano (aproximadamente 5% da ingestão calórica total).
 
Mesmo assim, a nutricionista do programa Doce Equilíbrio, Marcia Daskal, observa que, nos dias atuais, o risco de cárie dentária é quase inexistente com a adoção de higiene oral adequada e com o uso de flúor em cremes dentais e na água. Para Claudia, além dos problemas de saúde, o aparecimento de cáries causa dor, desconforto, ansiedade, limitação funcional (ingestão de alimentos e desempenho escolar) e perda do dente.
 
“Em média, as doenças bucais comprometem de 5 a 10% dos orçamentos em países industrializados”, explica. A OMS sinaliza que estas recomendações não se aplicam a pessoas com necessidades terapêutica de dieta, incluindo casos de desnutrição aguda, grave ou moderada.

CONSUMO
 
Qual o melhor açúcar?
 
Para a nutricionista Claudia Winter, o açúcar branco e cristal são açúcares refinados e perdem todos os nutrientes. “O açúcar original é o açúcar mascavo, mas ambos têm sacarose. O mascavo é melhor, mas diabético não pode consumir”, complementa. Para Marcia Daskal, tudo é baseado na quantidade. “Se um indivíduo opta pelo açúcar mascavo, mas dobra a quantidade que consome, não vai ter diferença”, diz. Ainda segundo Marcia, o ideal é acostumar o paladar com o sabor dos alimentos e adoçar somente quando o necessário. “Consumir açúcar light, que possui edulcorantes (adoçante), achando que é mais saudável, isso é que não pode”, conclui.

Fonte: Diário de Canoas


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