Publicado por Redação em Previdência Corporate - 15/01/2015

Fundos de Pensão: Resgate de previdência privada é utilizada como justificativa para prisão de ex-diretor da Petrobras

 A Polícia Federal informou que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi preso preventivamente nesta quarta-feira (14) por ter feito movimentações financeiras suspeitas após ser denunciado pelo Ministério Público Federal e responder a uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro.

Cerveró foi preso ao desembarcar de Londres, no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Foi encaminhado a Curitiba (PR), chegou à Superintendência da PF por volta das 9h20 desta quarta e foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para fazer o exame de corpo de delito, o que é praxe em casos de prisão.

Ele estava na Inglaterra desde dezembro, mesmo mês em que a denúncia do MPF foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, que investiga corrupção na estatal.

O delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, afirma que Cerveró fez essas movimentações financeiras para conseguir dinheiro vivo, e que isso poderia indicar duas coisas: ou o ex-diretor planejaria uma fuga, ou tentaria tornar seu patrimônio mais líquido, e dessa forma, o blindaria.

A prisão teve como fundamento "alguns negócios que ele fez posteriormente à saída do Brasil, negócios que financeiramente eram inviáveis e que indicavam a tentativa de liquidar o patrimônio para enviar ao exterior ou aplicar em outros negócios", disse.

De acordo com ele, em 30 de dezembro o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) alertou a PF sobre a solicitação de Cerveró de resgate de uma operação ligada à previdência privada que inicialmente tinha valor de R$ 600 mil, mas que no momento registrava prejuízo de R$ 200 mil.

"As operações realizadas indicam que não é alguém preocupado com investimentos financeiros, mas alguém que estava tentando obter liquidez com rapidez. Poderia ser uma fuga ou tentativa de blindar o patrimônio que ainda não tenha sido bloqueado", disse o delegado.

O Ministério Público Federal, que fez o pedido de prisão preventiva, destacou haver indícios de que "Cerveró continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares. Além disso, há evidências de que ele buscará frustrar o cumprimento de penalidades futuras".

O MPF afirma ainda que o ex-diretor da Petrobras, após o recebimento da denúncia e durante o recesso do Judiciário, tentou transferir para sua filha R$ 500 mil, mesmo que tal operação financeira incorresse em perda de mais de 20%, segundo dados do Coaf.

"Cerveró também transferiu recentemente três apartamentos adquiridos com recursos de origem duvidosa, em valores nitidamente subfaturados: há evidências de que os imóveis possuem valor de mais de R$ 7 milhões, sendo que a operação foi declarada por apenas R$ 560 mil. Para o MPF, a custódia cautelar é necessária, também, para resguardar as ordens pública e econômica, diante da dimensão dos crimes e de sua continuidade até o presente momento, o que tem amparo em circunstâncias e provas concretas do caso", informou a Procuradoria.

Além da prisão, foram feitas buscas em quatro imóveis de Cerveró –dois no bairro de Ipanema e outro em Humaitá, no Rio, e outro em Itaipava, no município de Petrópolis (RJ). Também foi aberto um novo inquérito para investigar se as movimentações financeiras suspeitas configuram lavagem de dinheiro ou evasão de divisas.

Fonte: aposentelecom.blogspot.com.br


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